A Princesa e o Cavaleiro

Quando eu era pequeno assistia a um desenho com esse nome. Um anime de Osamu Tezuka, que relatava as desventuras de uma princesa chamada Safiri, herdeira do trono no Reino da Terra de Prata.

A trama toda era voltada para um conflito social, considerando que pelas leis daquela terra, o governante devia ser homem. Quando Safiri nasceu, foi anunciada “por engano” como menino e, para evitar que o vilão assumisse o trono, seus pais se viram obrigados a manter a farsa.

Bom, o papo hoje não é sobre o anime, antes é sobre uma realidade que se arrasta até os dias de hoje:

O Desafio de ser a Princesa e o Cavaleiro.

Algumas mulheres, assim como Safiri, enfrentam o desafio de ocupar seu lugar de direito, sendo quem são de verdade. Em muitos casos, o trono, símbolo da autonomia e autossuficiência, é reivindicado por vilões abusadores, manipuladores, aproveitadores e acomodados em um contexto sexista e preconceituoso.

Sim, também notei que esse post começou pesado. Mas foi necessário para que você entenda o que vem a seguir!! Vamos lá!

PRIMEIRO … Já foi o tempo em que mulher dependia de homem

A interdependência é uma realidade social desde o início da humanidade, porém a dependência exclusiva não. E na real, nunca deveria ter sido considerada.

A ideia de que qualquer projeto terá mais ou menos sucesso, dependendo do sexo de quem lidera, é uma demonstração clara da falta de evolução social e cultural.

Já deu tempo pra aprender que Competências nada tem a ver com gênero nem preferência sexuais. E que, percebidos como pessoas cognitivamente capazes, qualquer um pode adquirir condições necessárias para empreender e conduzir projetos de realizações grandiosas.

Dito isso, quero acrescentar ..

SEGUNDO … Nenhuma mulher deveria precisar se masculinizar para ser o que quer ser

Por causa desse atraso na evolução social, e da incompetência relacional de alguns homens, muitas Princesas se veem obrigadas a um comportamento de Cavaleiro, com a prioridade de não serem dominadas pelo vilão da história.

Não estou falando sobre sexualidade, e sim sobre o conflito que algumas mulheres precisam enfrentar, quando percebem que um posicionamento diferente de sua essência é necessário para sua sobrevivência no meio.

Também não falo sobre identidade de gênero. A pessoa se identifica com aquilo que se acha parecida, idem. Ponto!

Na verdade, isto só se tornou um problema porque não houve capacidade intelectual para reconhecer que perfis comportamentais não tem relação com sexo fisiológico.

Em outras palavras, um homem como Jorge Vercillo pode ser “Sensível Demais” * e uma mulher como Maria Rita, “mais macho que muito homem” *, sem que se passe pelas suas escolhas afetivas.

TERCEIRO … Uma relação verdadeira é mais poderosa que muitos planos

Aos homens sugiro clareza. Ouça atentamente, faça perguntas sinceras e responda com verdade. Toda tentativa de se provar o “único digno do trono” só vai fazer de você mais um vilão a resistir.

Às mulheres sugiro ousadia. Estabeleça seus padrões, reconheça sua essência e competências, e viva de acordo com elas. Qualquer descaracterização sua para justificar seu direito, deturpa também esse direito.

E POR FIM … porque tive um sonho essa manhã …

“Quero te dizer que, SIM, é possível. É possível ser dona do seu nariz e, ainda assim, encontrar um grande amor!

Ser uma Princesa e também ocupar o Trono.

Ser sensível demais e mais macho que muito homem ao mesmo tempo.

É possível que alguém lhe abra a porta do carro, sem se preocupar se é ou não o lado do motorista!”

* Citados: Pagu (Rita Lee / Zelia Cristina); Sensível Demais (Jorge Vercillo)

Quer dicas exclusivas de Desenvolvimento Pessoal e Gestão de Relacionamentos? INSCREVA-SE
Rolar para cima